Conteúdo do curso
Análise de circuitos
Análise de circuito é o processo de encontrar todas as correntes e tensões em uma rede de componentes conectados. Vamos olhar para os elementos básicos usados para construir circuitos e descobrir o que acontece quando esses elementos são conectados em um circuito.
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Amplificadores
Amplificadores aumentam os sinais. Amplificação é frequentemente a operação mais básica de um circuito eletrônico. Existem vários tipos de amplificadores. Vamos descrever o amplificador operacional, o lego de quase toda a eletrônica analógica.
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Eletrostática – Força elétrica e campo elétrico
Eletrostática é o estudo das forças entre as cargas, conforme descrito pela lei de Coulomb. Desenvolvemos o conceito de um campo elétrico em torno das cargas. Trabalhamos através de exemplos do campo elétrico perto de uma linha e perto de um plano e desenvolvemos definições formais de potencial elétrico e tensão.
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Sinais e sistemas
Sinais e sistemas abrangem processamento analógico e digital de sinais, ideias no centro da comunicação e medição modernas. Apresentamos os conceitos básicos para os sinais de tempo contínuo e tempo discreto nos domínios do tempo e frequência. Tempo e frequência são relacionados pela transformação de Fourier.
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Engenharia reversa (Utensílios domésticos)
Vídeos que exploram o modo como as coisas funcionam.
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Curso de Engenharia Elétrica
Sobre a Aula

Vemos que a placa, infinita e uniformemente carregada gera um campo elétrico constante (independentemente da altura acima da placa). Versão original criada por Sal Khan.

 

RKA2G – Ao final do vídeo anterior, tínhamos um plano infinito carregado com densidade de carga σsigma. Tomamos um ponto a uma altura hh da superfície desse plano e queríamos calcular o campo elétrico nesse ponto, gerado por um anel de raio rr, cujo centro está na projeção ortogonal desse ponto sobre o plano.

Verificamos que o campo elétrico foi calculado e, pela simetria analisada no vídeo anterior, constatamos que nos interessa apenas a componente yy, ou seja, a componente vertical — ou, mais precisamente, a componente perpendicular ao plano infinito do campo elétrico. Isso ocorre porque o campo elétrico gerado por qualquer ponto do plano tem sua componente paralela ao plano cancelada pela componente horizontal do campo elétrico gerado por outro ponto diametralmente oposto ao primeiro, tendo como centro a projeção ortogonal do ponto onde se encontra a carga de prova sobre o plano.

Se tomarmos um ponto aqui, a componente paralela ao plano apontará, por exemplo, para a direita, enquanto o ponto diametralmente oposto gerará um campo elétrico cuja componente horizontal terá a mesma intensidade, porém apontando para a esquerda. Como consequência, essas componentes se cancelam.

Com base nessas ideias, ao final do vídeo anterior, calculamos cuidadosamente a componente yy — ou seja, a componente perpendicular ao plano infinito — do campo elétrico gerado pelo anel a uma altura hh do plano. Agora, o que faremos é somar todos os campos elétricos gerados por todos os anéis, variando o raio de zero até infinito, para obter a componente yy total do campo elétrico resultante.

Vou desenhar novamente o plano infinito, lembrando que ele se estende em todas as direções. Temos aqui o ponto a uma altura hh do plano, sobre o qual queremos determinar o campo elétrico. Na verdade, estamos interessados apenas na componente vertical desse campo, já que as componentes horizontais (ou seja, paralelas ao plano) se cancelam.

Já calculamos o campo elétrico e sua componente vertical devido a um anel de raio rr, que estou representando aqui rapidamente. Agora, utilizaremos uma integral para calcular o campo elétrico total devido a todos os anéis possíveis sobre o plano infinito. Esse campo elétrico total será igual à integral do raio variando de zero até infinito. Essa integral nos fornecerá a soma de todos os campos elétricos gerados pelos anéis.

Sabemos que o campo elétrico gerado por um anel de raio rr é dado pela seguinte expressão:

Ey=∫0∞kh2πσr dr(h2+r2)3/2E_y = int_0^infty frac{k h 2pi sigma r , dr}{(h^2 + r^2)^{3/2}}

Agora, precisamos calcular essa integral. Vamos simplificá-la um pouco, retirando as constantes da expressão:

Ey=khπσ∫0∞2r dr(h2+r2)3/2E_y = k h pi sigma int_0^infty frac{2r , dr}{(h^2 + r^2)^{3/2}}

Neste ponto, entra a parte matemática do problema. Para resolver essa integral, utilizaremos o método da substituição, que segue o caminho inverso da regra da cadeia. Definimos:

u=h2+r2u = h^2 + r^2

Derivando ambos os lados em relação a rr, temos:

du=2r drdu = 2r , dr

Substituindo na integral, obtemos:

Ey=khπσ∫0∞u−3/2 duE_y = k h pi sigma int_0^infty u^{-3/2} , du

A integral da forma ∫un duint u^n , du resulta em:

un+1n+1frac{u^{n+1}}{n+1}

Aplicando isso ao nosso caso, temos:

∫u−3/2 du=u−1/2−1/2=−2u−1/2=−21h2+r2int u^{-3/2} , du = frac{u^{-1/2}}{-1/2} = -2 u^{-1/2} = -2 frac{1}{sqrt{h^2 + r^2}}

Agora, avaliamos essa expressão nos limites da integração (r=0r = 0 e r→∞r to infty):

  • Para r→∞r to infty, temos h2+∞=∞sqrt{h^2 + infty} = infty, e 1/∞1/infty tende a zero.

  • Para r=0r = 0, temos h2=hsqrt{h^2} = h, então 1/h1/h.

Aplicando esses limites, a integral resulta em:

Ey=khπσ(−2)(0−1h)E_y = k h pi sigma (-2) left( 0 – frac{1}{h} right)

Simplificando:

Ey=khπσ(2)(1h)E_y = k h pi sigma (2) left(frac{1}{h}right)

Cancelamos hh no numerador e no denominador:

Ey=2kπσE_y = 2 k pi sigma

Esse é o campo elétrico resultante em um ponto situado a uma altura hh de um plano infinito carregado. O que chama a atenção nesse resultado é que ele não depende de hh. Isso significa que a magnitude do campo elétrico não varia com a altura do ponto em relação ao plano.

Portanto, o campo elétrico é uniforme. Em qualquer ponto acima do plano carregado, a intensidade do campo elétrico será a mesma. O campo elétrico depende apenas da densidade de carga superficial σsigma do plano infinito carregado, como indicado na equação.

Com isso, conseguimos demonstrar uma propriedade fundamental dos planos infinitamente carregados: o campo elétrico gerado por um plano infinito uniformemente carregado é constante em qualquer ponto acima dele. Esse conceito é essencial, por exemplo, no estudo de capacitores de placas paralelas.

Até o próximo vídeo!

 

 

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